quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Configurações do sistema cardiovascular.

Após uma semana vazia, sem muitas novidades uma única coisa aconteceu. Acordei e direcionei meu olhar para aquela parede, que tinha diversos tons de verde. Ao tentar me virar naquela cama, percebi espaço. Espaço esse, que se eu estivesse em minha cama, eu não teria. Estranhei. Até o momento de esticar um braço e sentir algo. E não era um travesseiro ou até mesmo meu bichinho de pelúcia do qual estou acostumada a dormir todas as noites desde que me conheço por gente. Era algo quente e com pelos. Estranhei novamente. Virei meu rosto lentamente, tentando lembrar daquela parede de algum lugar conhecido. Me deparei com o seu rosto. Um olhar com sono, mas que brilhava mais que o luar mais belo que eu já pude ver. Sorri por um instante. Era você. Você que habitava meus sonhos... ''Ei, isto não é um sonho?'' questionei a mim mesma. Percebi que não era. E então, não precisei ir ao teu encontro. Teus braços fizeram questão de me puxar pra perto, teus lábios me deram o melhor beijo e tua voz, sussurrando no meu ouvido me disse: ''bom dia, amor.'' A partir desse momento pensei que era mais um sonho. Ah! Quem dera não fosse, mas foi só mais um bonito sonho que a vida insiste em não transformar em verdade! E então que eu percebi que era realidade. Verdade, daquelas bem verdadeirinhas, sabe?
Aquele cara que eu sempre quis por perto, que eu sempre amei... Estava comigo! Aproveitei o momento... Horas passavam, era mais de meio dia e eu não queria sair daquela cama, não sem ele... Recebi todo carinho imaginável, todos os elogios possíveis e até os impossíveis. Agradeci a todos eles e retribuí toda gentileza. No momento em que ele deixou a cama sem mim, logo perguntei onde ia. Mas ele só pegou um botão de rosa vermelha, a minha preferida. Olhei a minha volta, nossas roupas no chão e fiquei pensando se esse seria o nosso começo. Enquanto pensava, ele pegou mais quatro botões de rosas vermelhas e disse: ''Te dei cinco botões de rosas, suas preferidas. Elas representam as cinco vezes em que pensei em conversar sobre meu sentimento, mas não obtive sucesso.''
Não tive reação. Apenas uma lágrima sobre meu rosto rolou, da qual ele não a deixou cair. Senti um aperto no peito quando ele chamou meu nome. Foram várias vezes, parecia que eu tinha desmaiado.


(...)

Foi então que eu acordei. Olhei para o lado e encontrei minha parede em tons de lilás e branco e minha mãe dizendo: ''Filha, está na hora de acordar.''

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